sábado, julho 08, 2006

Inocência Perdida

Quantas vezes olhamos à nossa volta e pensamos na vida… nas coisas que até gostávamos de ter, nas futilidades e em bens materiais, que mesmo assim não nos contentam! Queremos sempre mais, acabando por não dar o devido valor ao que a vida nos proporciona. Um simples passeio no parque, uma viagem, uma convivência saudável com o grupo de amigos ou uma gargalhada estridente, são pequenos momentos que nos passam um pouco ao lado!

Falemos nas Crianças que sofrem de Cancro! Será que isto também nos passa ao lado?

Cancro é uma palavra que carrega um estigma de sofrimento e de morte. Como será a reacção de uma criança à notícia de que sofre de uma leucemia, de um linfoma ou de um tumor no sistema nervoso central? E a reacção dos pais perante esta situação? Facilmente se conseguirá imaginar a agonia dos progenitores. Que injustiça o cancro se alojar no corpo de uma criança ao ponto de lhe causar sofrimento e de lhe roubar a vida. Crianças, seres inocentes, seres vivos de felicidade, ingenuidade pura, simplicidade e todo um vasto conjunto de pequenas grandes qualidades, como por exemplo: o simples esboçar de um sorriso contagiante e o seu olhar que transmite ternura. Olham para os pais como barómetro do que se passa na vida delas, e se os sentem preocupados, então é porque o que se passa com elas é grave o que pode ser um problema.

Adaptar a vida não significa ter de abdicar dela, mas para as crianças não deve ser muito fácil lidar com um fenómeno equiparado à morte. A escola, os amigos, isto é, todo o mundo da criança pode acarretar questões complexas de serem enfrentadas, pois as pessoas lidam muito mal com a diferença. Lá está a sociedade fútil e até hipócrita em que vivemos! Não basta ter pena… não basta ter opinião… há que agir, quanto mais não seja para arrancar um simples e ingénuo sorriso de uma criança que vive na ilusão dos seus sonhos!

Uma criança com cancro é como uma árvore que não dá frutos.

Vale a pena pensar nisto!
Maria João Costa
Imagem: Direitos Reservados

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