segunda-feira, maio 19, 2008

Carta de Salazar


Ao cimo daquelas escadas,
Aquelas onde te encontrei,
Deixo-me levar por ternos momentos,
Dos que verdadeiramente amei.

Olho para o teu lindo olhar,
Copio esse gesto que aprecio,
Contigo consigo dar a volta ao mundo,
Consigo tapar o meu sombrio vazio.

Vamos fugir desta prisão!
Tirar as amarras que me sofocam!
Vamos escrever lindos poemas!
Sentimentalistas que me tocam.

Só quero agora saber de ti,
Só quero cantar palavras ao teu lado,
Libertas-me do horrível Salazar,
Para ti sou um António apaixonado.

Mas estas escadas onde me sento,
Depressa se irão destruir,
Assim como o teu belo sorriso,
Compenetrado, que me faz mentir.

As mentiras não servem de nada,
O dever e o país gritaram mais alto!
Tenho que voltar à triste prisão,
Tenho que a tomar de assalto!

Adeus minha querida amada,
Foste a melhor desculpa para fugir,
Contigo fui alguém que gostava de ser,
Uma tela que pude colorir...

Adeus minha querida amada,
Desculpa por esta breve despedida,
O lado lunar chama por mim,
Adeus minha amada perdida...

1 comentário:

Anónimo disse...

Pena é que a "intelectualidade" portuguesa não consiga compreender o verdadeiro significado destas palavras. Não quero ser moralista nem coisa nenhuma. O que pretendo é escrever e discutir sobre a nossa língua, tantas vezes mal tratada, tantas vezes incompreendida. Ao ler este poema, só me apetece elogiar e incentivar o autor deste espaço dizendo-lhe: parabéns amigo, prossiga com mais artigos sobre o nosso português. Bem haja.
Apenas um português, atento pelo bom português.